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Edward Elric
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Edward Elric


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Habilidade: Não possui
Ano Escolar: Concluído
Casa: Indefinido

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MensagemAssunto: Escritores   Escritores Icon_minitimeQui 10 Jan - 17:53:59

Quando eu tinha 8 anos, conheci uma menina na escola. Ela era de um estado longe e havia ido morar ali por causa do trabalho dos pais, segundo a professora. Logo ela se sentou perto de mim, e me cumprimentou com um sorriso. Ela se chamava Natália. Tinha cabelo loiro e olhos verdes, e da mesma idade que a minha. Logo viramos amigos, e me contava todos seus segredos de criança, assim como eu contava os meus. Um dia no corredor da escola, Márcio, o menino forte da sala, estava segurando os braços dela, e tentava tirar um beijo dela. Eu corri e empurrei ele, e o derrubei. Ele iria me bater quando se levantou, mas a professora chegou na hora e o levou para a diretoria. Natália sorriu pra mim, e me deu um beijo, logo em seguida saiu rindo e correndo. Era a primeira vez que alguém tinha me beijado.
Depois que minha mãe veio me buscar na escola, cheguei em casa e fui direto para o quarto, o video game que eu jogava todos os dias, foi esquecido, não tinha vontade disso hoje. Lembro que passei o dia todo olhando para o teto, deitado na minha cama. Eu estava confuso, era engraçado, não sabia o que pensar. Pela primeira vez meu coração batia acelerado, e não era porque havia ficado até tarde assistindo filme de terror. Sentia ele apertado, tinha vontade de ver Natália, mas ao mesmo tempo me esconder dela. Logo mais minha mãe havia entrado no quarto, perguntando se estava bem. Eu respondi que sim, e perguntei o que estava sentindo. Ela sorriu e disse que era algo que eu só iria entender quando fosse grandinho. Mas eu queria entender agora, não queria ficar grande. Depois que ela sai do quarto vou até minha mochila e pego meu caderno e um lápis. Me lembro dos rabiscos que eu fiz, e ainda mais minha mão tremia, mas naquele tempo, não me importava com isso. Lembro que escrevi algo como : "Natália, te amo, quero me casar com você."
Eu já havia assistido filmes de casal, e sabia o que eles faziam quando queriam a outra pessoa perto delas para sempre. E era assim que eu iria fazer. No outro dia havia acordado cedo e me arrumado sozinho, e quase tomei um banho de perfume. Antes da aula começar, me aproximo e entrego o papel meio amassado pra ela, com um sorriso no rosto. Ela lê em voz alta, juntando as sílabas, e quando ela entende o bilhete, eu tiro dois anéis do bolso. Não eram anéis verdadeiros, eram aqueles de plástico que vinham num pacote de balas que a gente comprava com algumas moedas. Ela ri e fica com as bochechas coradas. Ela põe o anel e beija minha bochecha. "Agora sou sua esposa, e você é meu marido".
Depois disso ficamos inseparáveis. Várias vezes ela havia vindo aqui em casa, até que um dia ela faltou na escola. No outro dia ela estava presente, e perguntei porque ela havia faltado. Ela disse que tinha sentido uma dor no peito e tinha ido no médico. "Ouvi o médico dizendo que eu estava ficando com o coração grande. Acho que isso quer dizer que vou poder guardar mais amor nele né?"
Eu sorrio, era óbvio que era aquilo. Naquele dia ela tinha vindo pra casa, nossas mães ficaram conversando na cozinha bem baixinho, e eu estava mostrando meus gibis pra ela no quarto. Naquele dia, decidimos que iríamos morar numa casa com uma piscina que tinha um navio dentro, e as paredes teriam desenhos que falavam piadas e brilhavam no escuro. Dormi super feliz naquele dia.
Umas duas semanas depois, ela havia faltado de novo. E no meio da aula minha mãe chega na escola, me chamando. Quando estávamos no carro, ela disse que iríamos visitar Natália. Eu fiquei alegre e comecei a cantar a música de um filme que a gente tinha assistido juntos.
Chegando lá vi uma ambulância do lado de fora, com as luzes piscando, me aproximei e vi aquela cama com rodinhas que os médicos usam. Quando vi era Natália que estava em cima daquela cama. Me aproximo e olho pra ela, perguntando o que ela tinha, estava meio branca, devia ser maquiagem nova.
Ela disse que não sabia o que tinha. Eu pergunto se ela iria voltar de tarde pra assistirmos o filme de novo. Ela sorri e promete que sim. Logo em seguida, ela é colocada dentro da ambulância, e a mãe a acompanhava. Vi aquele carro se afastando aos poucos. As sirenes ligadas iam perdendo o volume, até que ela fazia uma curva e sumia. Não sei porque, mas naquele momento eu fiquei triste, me sentei na calçada e disse pra mamãe que iria ficar esperando ela. Mamãe disse que ela iria demorar um pouco.
Chegando em casa eu corro pro video game, e fico lá, até perceber que estava quase escurecendo. Me aproximo da janela, vendo se o carro da mãe dela aparecia na rua. Fiquei ali por muito tempo, até que o sono bateu, e fui dormir.

Dois anos depois aqui estou eu, escrevendo essa carta. Hoje eu entendo tudo o que aconteceu, e tenho ciência que ela havia morrido naquele mesmo dia, antes de chegar ao hospital. Mas mesmo assim, mesmo sabendo que ela não vai voltar, eu tenho uma caixa do lado da minha cama, e vejo ela toda noite antes de dormir. Nela eu guardei o anel dela, o bilhete que eu escrevi, e o filme que a gente iria assistir naquele dia. Mas mesmo assim...eu ainda a espero. Todos os dias, pois ela me prometeu que voltaria, e quando ela voltar, vamos nos casar, e ter uma casa com desenhos nas paredes que contam piadas e brilham no escuro.
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