Sala do Editor-Chefe

Sala do Editor-Chefe

Olá, docinho!

O caminho até a sala do editor-chefe do Profeta-Diário era curta, mas isso não significou uma chegada rápida. Ninguém naquele lugar me conhecia, e eu tinha o dever de me apresentar devidamente. Com as costas doendo por segurar as malas enquanto me locomovia por aquelas salas e apertava a mão de todos, me senti finalmente em casa quando coloquei a chave pela fechadura da porta com meu nome e a destranquei. Eu me recusava a usar magia com coisas desnecessárias, achava que iria me sentir confortável demais e nunca iria conseguir fazer algo sem a varinha. Quase deixei as malas caírem quando atravessei a soleira da porta. Aquele lugar era a minha cara. Acho que alguém havia decorado a sala antes de eu chegar, pois era realmente, realmente maravilhosa. Coloquei as malas em um canto e experimentei a cadeira de couro que ficava atrás da escrivaninha. Estava quase cochilando quando ouvi alguém bater à minha porta e entrar. Era o mensageiro, e ele se apresentou quase gritando. Tomei um susto mas me contive, e falei para ele continuar:
- Tenho uma mensagem especial para a Editora-chefe do Profeta-Diário - Suspirei e me controlei para não revirar os olhos com aquele tratamento exagerado. Afinal, quem mais eu poderia ser? O máximo que pude fazer foi dar uma pequena risada e respondê-lo:
- Está falando com ela. Muito prazer, Rúbi Schmidth..
Ele me olhou um pouco embasbacado e se aproximou para cumprimentar minha mão estendida. Após isso, me disse seu nome e deu-me o recado. Saiu batendo a porta e eu soltei outro suspiro, vendo que o trabalho já havia começado. Abri minhas malas e com um pequeno feitiço todas as coisas - penas, tinteiros, carimbos, cera, pergaminhos, enfeites - saíram e foram colocadas com perfeição em cima da escrivaninha. Eu não usava magia para coisas desnecessárias, mas arrumar tudo aquilo era realmente uma coisa desnecessária para minhas mãos. Abri a bolsa que estava usando e revisei tudo o que estava ali dentro, vendo se eu não havia perdido ou esquecido algo. Quando confirmei que tudo estava em seu devido lugar, saí e tranquei a porta. Logo fora da sede, aparatei para o lugar que o mensageiro havia indicado.

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Mal havia acordado naquela manhã e me lembrei que tinha uma reunião marcada com Rúbi, por bem ou por mal ela era minha chefe e eu não podia nem pensar em deixa-la esperando, foi por isso que pulei da cama e me apressei em tomar o meu café da manhã. Juntei meus papeis, ainda bagunçados, dentro da minha pasta e sai com a bolsa nas mãos. A sede do Profeta Diário ainda estava vazia quando entrei, e por conta disso subi diretamente para a sala de Rúbi. Ela tomava uma xícara de café, totalmente absorta em seus afazeres, quando irrompi porta adentro com um sorriso simpático no rosto. — Bom dia chefinha. Apenas me sentei na cadeira livre a sua frente enquanto ela finalmente notava minha aparição. Sorri ao escutar um breve "Está atrasada", mas decidi deixar isso pra lá. — Notícias quentinhas, a Ministra da Magia quer uma reunião com você, parece que a questão é sobre seu pai e o seu suposto sumiço inesperado. Não me pergunte sobre as minhas fontes, logo uma coruja vai chegar com o convite dela para você. Terminei de murmurar a noticia, enquanto entregava os papeis mais recentes a Rúbi, eram as reportagens que esperavam a aprovação dela para entrarem ou não na próxima edição do Profeta Diário.